11.9.06

politica(gem?)

esses dias eu estava pensando: se o voto não fosse obrigatório no Brasil, qual a faixa da população que iria mais intensamente deixar de exercer o direito de votar?

trocando idéias com uns amigos, me disseram que provavelmente a parcela menos esclarecida (e mais pobre da população) continuaria votando, enquanto a parcela mais esclarecida (classe média/alta) provavelmente deixaria de votar em grande número. Faz sentido, mas será que isso aconteceria mesmo? Se a resposta for positiva, então não mudaria muita coia, pois é a "massa de manobra", formada pela enorme parcela pobre do Brasil que acaba sendo preponderante na eleição deste ou daquele candidato. Assim sendo, infelizmente a naba do Lula provavelmente vai ser reeleito. Infelizmente.

Falando de política, muito boa a entrevista do Arnaldo Jabor nas páginas amarelas da Veja da semana passada. Falando sobre a "esquerda" brasileira, ele disse:

"[...]os intelectuais, grande parte deles não consegue entender o país e continua tendo uma visão utópica do Brasil.
[...]É uma visão antiga do que seria 'progressismo'.[...]é utópica, frágil e louca, na minha opinião, essa idéia do que seria "progressista". É um ensopadinho feito de leninismo, de getulismo, de desenvolvimentismo, estatismo e sindicalismo. Esse ensopadinho nos joga de volta a um tempo de utopias irrealizáveis e impede uma agenda modernizadora, que é feita de mudanças óbvias. Óbvias, mas áridas para o gosto da velha esquerda: reforma tributária, reforma da Previdência, enxugamento do Estado. O que me dói no Brasil não é que seja difícil mudá-lo: é que me parece que seria fácil. VEJA, outro dia, deu uma matéria com sete prêmios Nobel. Todos, praticamente, receitavam a mesma coisa. As mudanças que têm de ser feitas no Brasil estão catalogadas cientificamente. Só que não têm a grandeza épica com que tantos intelectuais sonham. São um pouco mais sem graça. Com a diferença de que funcionam.


Esse ideologismo que contamina muitas "lideranças" no Brasil é uma naba mesmo. E o que precisa ser feito continua não sendo feito.

Nenhum comentário: